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depois da feira
Vão vagos pela estrada,
Cantando sem razão
A ultima esperança dada
À ultima illusão.
Não significam nada.
Mimos e bobos são.
Vão juntos e diversos
Sob um luar de ver,
Em que sonhos immersos
Nem saberão dizer,
E cantam aquelles versos
Que lembram sem querer.
Paragens de um morto mytho,
Tão lyricos!, tam sós!
Não têm na voz um grito.
Mal têm a própria voz;
E ignora-os o infinito
Qne nos ignora a nós.
Fernando Pessoa .
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depois da feira
Vão vagos pela estrada,
Cantando sem razão
A última esperança dada
À última ilusão.
Não significam nada.
Mimos e bobos são.
Vão juntos e diversos
Sob um luar de ver,
Em que sonhos imersos
Nem saberão dizer,
E cantam aqueles versos
Que lembram sem querer.
Paragens de um morto mito,
Tão líricos!, tão sós!
Não têm na voz um grito.
Mal têm a própria voz;
E ignora-os o infinito
Qne nos ignora a nós.
Fernando Pessoa.
Depois da Feira
Fernando Pessoa
Presença 16, novembro de 1928, p. 5.